quinta-feira, 6 de junho de 2013

“Depoimentos de leitura e escrita”

Acredito que a leitura é uma forma de viajarmos para um mundo fantástico de conhecimento, fantasia, história e um portal para fugirmos da ignorância. Minha paixão pelo português e pela leitura começou cedo, ainda quando adolescente no ensino fundamental e médio, me sentia viajar através dos livros quando a professora nos levava sempre a sala de leitura, me recordo, e criava grupo de leitura e trabalhos de escrita, em que saboreávamos cada semana uma história diferente  e depois em um espírito de cooperativismo um ajudava o outro e trocávamos experiências. Também tive uma professora no Ensino Médio que era excelente e que ensinava literatura de uma maneira tão leve e descontraída, que me fez apaixonar pela arte literária. Com tudo isso passei a me interessar bastante por todo tipo de leitura que me fizesse viajar dentro de minha própria mente e por outras que me trouxessem conhecimentos úteis para minha vida particular, e fui motivado assim e ser um professor de Português, pois creio que conhecimento é poder. 

Diego Silvestre Pelisari

Adoro ler, e leio qualquer coisa que chegue às minhas mãos. Os livros me fascinam. Na adolescência devorava revistas de romance como Júlia, Sabrina e outras; e livros de suspense como os de Aghata Christie e Sidney Sheldon, eles me davam a possibilidade de ir a outros países, conhecer outras civilizações, outras pessoas, ver como elas viveram, o que pensaram, descobriram e escreveram. Acredito que a leitura nessa fase é uma ginástica para a imaginação, pois se fica imaginando os lugares, as situações, os personagens e eu queria ficar no quarto lendo, lendo, lendo. Minhas leituras nunca seguiram um critério. Se ouvia falar sobre um assunto que me interessava eu lia e se indicava um livro... pronto lá ia eu comprá-lo, e se encontro alguma revista, livro, catálogo, jornal também já foleio e acho algo interessante pra ler. Por exemplo, li algo sobre Rubem Alves em A beleza dos pássaros “A experiência literária é um ritual antropofágico. Antropofagia não é gastronomia. É magia. Come-se o corpo de um morto para se apropriar de suas virtudes. Não é esse o objetivo da Eucaristia, ritual antropofágico supremo? Come-se e bebe-se a carne e o sangue de Cristo para se ficar semelhante a ele. Eu mesmo sou o que sou pelos escritores que devorei... E se escrevo é na esperança de ser devorado pelos meus leitores.” Isso me fez refletir sobre a minha tendência para a leitura de textos literários ou não literários. Certos textos te passam a sensação de que o que lá está escrito toca na sua essência e detona ideias e fantasias que se tornam parte de sua vida. Acho que por isso, a esta altura também comecei a escrever. Escrevia coisas que sentia, mas não aquilo que sentia por determinado assunto, pessoa, lugar ou outra coisa concreta, escrevia sobre meus sentimentos com relação à vida, isto é, estar vivo e poder participar de todo esse ritual de sensações, certezas e incerteza que reside no mundo da mente de uma adolescente. 

Cristina P. Guimarães

Quando penso em leitura e escrita sempre me vem a mente um Curso da SEE SP chamado Ler e Viver. Todo o curso,o formato, o tema foi essencial para mudar minhas aulas. Aprendi muito com meu tutor a elaborar boas situações de aprendizagem sem precisar ficar presa ao roteiro do livro didático. Nessa época trabalhava com quintas séries e fui aplicando tudo que aprendia em minhas turmas. Primeiro lemos o livro "O Gato malhado e a Andorinha Sinhá" de Jorge Amado. Duas vezes por semana separava as aulas para ler, cada criança tinha seu próprio livro o que facilitava muito e a história era envolvente. Eu lia para eles ou líamos em voz alta.A literatura desenvolve em nós a quota de humanidade na medida em que nos torna mais compreensivos e abertos para a natureza, a sociedade, o semelhante. Fomos agraciados com um material perfeito ,um roteiro de compreensão e interpretação do texto.As crianças produziam textos sobre a narrativa, opiniões e depoimentos.No final fomos assistir a peça no teatro, foi o auge do percurso,eles conheceram a mesma história na linguagem teatral.Depois tiveram oportunidade de recriar um livro com desenhos e dobraduras contando a história ou adaptando. Construíram muitos trabalhos lindos e significativos para eles e até hoje ainda encontro alunos que recordam os momentos da aula de português e me perguntam sobre o Gato Malhado e Andorinha Sinhá.

Edvane S. L. Camursa

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